segunda-feira, 9 de março de 2015

Preciso de um porta-domingos

Inezita se foi. Junto com ela, lembranças de domingos infantis. Bem cedo, em meio a globo rural e música caipira tomávamos café da manhã. Nunca me atentei verdadeiramente, estava sempre sonolenta, depois de despertar com o assovio "tá-na-hora-de-acordar".

Hoje me sinto mais adulta com a ausência de Inezita que, aos meus olhos já era (desde sempre) muito senhora... Eu cresci e ainda assim, ela me parecia igual, com as mesmas rugas e com a voz rouca, dando a mesma risada. Ironicamente, as manhãs de domingo pareciam se repetir semanalmente, junto com as brigas dos meus irmãos. E isso era bom. Era bom saber que tudo estava no lugar e assim permaneceria sempre, junto com as rugas de Inezita.

Agora que ela se foi, pra onde irão meus domingos infantis repetidos?

Um comentário: